Como ir para Hong Kong sem estourar o orçamento

Hong Kong não é na China! Esse é o primeiro esclarecimento importante a se fazer quando se planeja uma viagem para este território autônomo. Isso porque, se você for brasileiro, não precisará de visto para permanecer na região por até 90 dias.

A próxima informação a saber é que não existe vôo direto para lá. Você vai precisar fazer escala em algum lugar do mundo antes. Como estamos falando de viagens baratas, provavelmente você já vai excluir da sua lista companhias aéreas como Emirates e Qatar (se não estiverem em promoção, claro). As melhores opções para chegar do outro lado do mundo de forma econômica serão as companhias europeias – a British e a Iberia fazem excelentes promoções em vôos para Hong Kong, mas cuidado, pois as escalas podem ser bem longas. Coloque isso no seu planejamento e no seu orçamento.

A última informação que você precisa para começar seu planejamento é que Hong Kong é um dos lugares mais caros que já fui na Ásia. Compara-se às cidades do Japão. E aí, você deve estar se perguntando… mas então como conhecer esse lugar gastando pouco? É possível, acredite! Vamos lá para as dicas de planejamento.

Hong Kong é uma cidade histórica, ex-colônia britânica, com sua própria moeda (dólar de Hong Kong) e com muita coisa para mostrar. Tanto do lado antigo, com seus templos, museus, parques, com sua natureza sem fim do lado novo e vibrante com toda a sua modernidade de grandes centros comerciais e financeiros e toda a tecnologia que se possa imaginar e desejar.

Você vai encontrar nessa cidade a espiritualidade chinesa misturada à vida diurna e noturna intensa em Hong Kong. Toda a calma e tranquilidade de seus templos misturada à uma arquitetura moderna. Descubra Hong Kong e você vai se surpreender.

Vamos agora às dicas práticas de viagem:


Hospedagem

A cidade oferece muitas possibilidades de hospedagem, desde hostels bem simples até hoteis extremamente sofisticados. Os preços, serviços oferecidos e os níveis de conforto também variam junto. Tudo depende de qual o seu orçamento de viagem e como você vai destinar sua verba para cada destino.

A sugestão é iniciar sua procura com certa antecedência para garantir as melhores opções e também as mais baratas. Abaixo deixo 3 sugestões para dar o pontapé inicial de sua pesquisa:

  1. Metrocity lounge: é um hostel bem próximo ao metrô e a aproximadamente 2km do centro. Os quartos são bem módicos, mas têm banheiro privativo e custam a bagatela de HK$90,00 a diária para o casal (mais ou menos R$70,00 na cotação de abril/2021).
  2. Hong Kong Premium Guest House: se você estiver disposto a pagar o dobro desse valor, mas quiser uma localização um pouco melhor e café da manhã incluso na diária, essa é uma boa opção.
  3. Homy Hotel Central: por um pouquinho mais (HK$200,00) você pode se hospedar bem no centro da cidade, economizando em tempo de deslocamento e custo com transporte.

Transporte

O transporte na cidade é muito eficiente. Conta com ônibus, metrô, ferrys e até bondinhos. Na minha opinião, o metrô é o melhor meio de transporte para se locomover por lá. A grande dica para você economizar tempo e dinheiro é comprar o Octopus Card, um cartão que você abastece e sai usando em todos os transportes. E também tem sempre a opção de táxis e de Uber:

Metrô: o metrô de Hong Kong é conhecido como MTR. É rápido, eficiente e permite viajar por praticamente toda a cidade, até Lantau Island e Disneyland Hong Kong. Estações principais: Central (Hong Kong), Causeway Bay e Tsim Sha Tsui (Kowloon). O valor da tarifa é entre HK$4,00 e HK$10,00, dependendo de quantas estações você vai andar.

Ônibus: são também uma ótima opção de transporte e possuem mais pontos de paradas que o metrô. O valor da tarifa também é baseado no local onde você entrou e deixou o ônibus e o preço é mais ou menos igual o do metrô.

Bonde: são aqueles de 2 andares iguais aos de Londres, mas que circulam somente pela região central de Hong Kong. São mais econômicos, apesar de só realizarem trajetos curtos. O valor da tarifa também é baseada no local onde você entrou e deixou o bonde.

Uber: o bom de usar o Uber é que ele segue o mesmo padrão mundial. Você saberá, antes de chamar, exatamente o valor que você paga. É uma boa opção para quem está viajando com amigos, família ou casal. Faça as contas! Lembre-se que você vai precisar de uma internet ativa no seu celular.

Táxis: os táxis não são tão caros por lá e podem ser uma ótima opção de locomoção na cidade. Possuem uma pintura vermelha e funcionam com taxímetro. Os taxistas normalmente falam inglês, mas recomendo que você leve o seu endereço anotado em um papel para não ter erro.

Ferry: é a balsa que te leva da ilha de Hong Kong até Lantau, Kowloon e algumas outras ilhas menores. É um pouco mais lento e custa um pouquinho mais que o metrô, mas te dá uma visão incrível da ilha que você perderá nos subterrâneos. Classifique esse transporte como um passeio.


Alimentação e compras

Hong Kong é uma das cidades típicas do Oriente lotada de mercados de rua. É realmente muito interessante você andar pelas avenidas lotadas de gente, carros, ônibus, prédios gigantescos e, de repente, virar uma esquina ouvindo um barulho de feira de rua, com cara de interior e se deparar com um monte de barraquinha no meio da rua e um monte de lanternas chinesas (aquelas vermelhas, sabe?). Isso é Hong Kong. Uma cidade que agrada diferentes públicos e diferentes bolsos também. Aqui vou dar algumas opções de mercados, porque, definitivamente, são muito mais baratos que os restaurantes. Apesar de existir restaurante barato por lá também.

Ladies’ Market: esse mercado não tem nada a ver com o nome. Na verdade, a história diz que antigamente era um local onde as mulheres vendiam aquilo que produziam, principalmente artesanato e comida. Mas hoje já não é mais assim. Não é mais exclusividade das mulheres. Você encontra barracas de homens e mulheres vendendo TUDO, tudo mesmo. Fica na Tung Choi Street, em Mong Kok, e para chegar lá, é só descer nessa estação, na saída E2.

Fa Yuen Street: uma rua de pedestres, imensa, LOTADA de barraquinhas de todos os tipos. Comidas diferentes, bugigangas, quinquilharias, coisas antigas, coisas falsas (pelo preço só podia), coisas baratas, outras nem tanto, milhões de capinhas de celular (compramos uma capinha para o IPhone por 10,00 depois de negociar – começou com 30,00!, e uma película de vidro por 5,00 – essa não teve negociação – ok, compramos um carregador de iPhone por 20,00 e não funcionou…), enfim, tudo o que um bom mercado de rua deve ter (bem coisa de filme, sabe?). Fica bem pertinho do Ladies’s Market.

Wan Chai Market: esse para mim é a melhor opção e uma perdição incrível. É praticamente só de comida e você encontra absolutamente milhões de opções para todos os gostos. Sensacional. Além de comidas prontas, tem também alimentos frescos, como uma feira de rua. Fica na estação de MTR de mesmo nome. Só se certifique em sair na A3, para não se perder – as estações são imensas, com inúmeras saídas.

Temple Market: é como o Ladie’s Market, mas é noturno. Fica em Kowloon e funciona das 18h00 às 22h00. Um verdadeiro camelódromo que você encontra de tudo e mais um pouco. Vale muito a pena a experiência.


Pontos turísticos

Como já disse, Hong Kong possui templos magníficos, lugares milenares que nos remetem para um lugar onde o tempo corria lentamente, mas também tem seu lado frenético, tecnológico e intenso. Aqui abaixo indico algumas das atrações que você vai encontrar por lá:

Victoria Peak: ou simplesmente, The Peak. Uma espécie de corcovado de Hong Kong. Uma montanha, com um shopping em cima e com uma vista deslumbrante da ilha de Hong Kong e Kowloon sobre um terraço. Lindo! Há várias maneiras diferentes de subir. A mais comum é pelo The Peak Tram, um funicular super antigo que te leva tranquilamente pela montanha acima e abaixo.

Tian Tan Buddha (Big Buddha):

Uma estátua imensa de bronze, considerada a maior do mundo em sua categoria no alto de uma montanha.

Para chegar lá existem algumas maneiras. Escolhemos a mais turística!

Você pode optar por ir de ônibus, taxi, bicicleta ou a pé (essa eu não recomendo de maneira alguma! Pelo tanto de escada que tem, deve demorar 1 mês para chegar e, certamente você chegará com uma inflamação muscular grave, de tanto subir e descer escada…).

Qual escolhemos? A de teleférico! Pois é, vamos lá com os detalhes! Primeiro você deve pegar o metrô até a estação Ngong Ping. Bem fácil, porém demora um século para chegar e custa cerca de HKG 25,00, dependendo da sua localização inicial. seguindo as placas você vai encontrar a fila para comprar os tickets do Ngong Ping 360.

Têm vários tipos de tickets que dá para escolher. Resumindo: o mais barato (que custa uma bagatela de HKG 170) inclui o passe de ida e volta no teleférico no carrinho tradicional e essa foi a nossa escolha! Também tem a opção de ir com um carrinho com chão de vidro (não vale a pena, pois só tem árvores pelo caminho e é muuuito mais caro) ou de incluir mais atrações no seu passe (filmes em 3D, tours guiados e almoço vegetariano nos jardins do templo).

O trajeto demora cerca de 30 minutos e é muito bonito. Você tem uma vista incrível do aeroporto e do highline da ilha de Lantau e arredores (a estátua não fica na ilha de Hong Kong). Pelo caminho, dá para avistar a trilha com os milhões de degraus que sobem e descem pelas montanhas até chegar o grande Buddha. Desembarcamos na vila de Ngong Ping, extremamente bem cuidada e limpa, cheia de lojinhas e restaurantes (locais e também servindo comidas internacionais).

Nos dirigimos até a estátua e lá estava ela, imensa e distante de nós apenas há 250 degraus! Agora imagina só a sacanagem que é, você chegar a pé, depois de subir e descer os trilhões de degraus e ainda se deparar com a estátua do Buddha “em cima” de um prédio de 14 andares!!! É de matar, né?!

Star Ferry Pier: é uma embarcação que faz todo dia o trajeto entre a ilha de Hong Kong e Kowloon. Este serviço de ferryes iniciou-se no século XIX e continua em funcionamento até hoje. Além de ser um excelente meio de transporte, também é um dos símbolos da cidade. Lembre-se que é mais lento que o metrô, mas a vista é fascinante!! Uma dica: tanto faz ir no deck superior ou inferior. As filas são diferentes, mas o preço é o mesmo. Aproveite!

Man Mo Temple: é um local dedicado às divindades da guerra e do estudo. Na época da China Imperial, caso um aluno fosse reprovado em alguma disciplina, corria o risco de ser morto, então, na época das provas, acendia um incenso gigantesco em espiral no templo, até que conseguisse o sucesso. Esse mesmo incenso também é válido quando os maridos saíam em guerras e batalhas. As mulheres acendiam para que voltassem em segurança. Por fora e por dentro o templo é bem sujo e malconservado, mas vale a pena a visita, pois já visitamos muitos templos e não vimos nada igual! Ah, e é de graça! Fica próximo à Hollywwod Rd.

Lan Kwai Fong: bairro lotado de restaurantes e barzinhos que ficam abertos até altas horas. Na hora do almoço, o movimento é bem fraco, mas dá para sentir o clima do local. No caminho, tem uma rua bem famosa pelo seu calçamento com pedras colocadas em diferentes níveis, para evitar os escorregões dos moradores. Ela ficou conhecida como Stone Slabs Street e é a Pottinger Road.

Haysen Place/Lee Garden: Um shopping absurdamente gigante e chique (lojas das marcas mais caras e famosas) com milhares de opções de comida BARATAS!!! Não se impressione com as marcas caras, elas estão disponíveis em Hong Kong em todo canto. Pode entrar nesse shopping que você certamente vai encontrar uma opção de almoço bem barata e ainda vai dar uma respirada de luxo na viagem…

Avenue Of Star: É como se fosse a calçada da fama de Hong Kong, localizada próxima ao porto. Aproveite para passar por lá quando você for pegar o seu ferry e se deparar com a estátua de Bruce Lee.

Disneyland Hong Kong: sim, para quem me conhece, sabe que sou Disneymaníaco e claro que colocamos o parque no nosso roteiro. Vou colocar aqui como opção, mas não vou falar dele por dois motivos: merece um post exclusivo e está muito longe de ser uma opção barata!


Esse post faz parte da blogagem coletiva do grupo Crescendo Juntos, cujo tema é “lugares baratos pra se visitar”. 

Veja os posts dos outros participantes, tem muita coisa boa e muitas dicas de hospedagem pelo mundo!

27 comentários sobre “Como ir para Hong Kong sem estourar o orçamento

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  4. Eu fiquei chocada com os preços em Hongkong! O Albergue custava quase U$200,00, eu quis morrer hahaha. Pena que não li seu post antes de ir!

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  6. Adorava conhecer Hong Kong e principalmente os seus mercados de rua. Confesso que tenho uma atração sem explicação para mercados de rua. Acho que a essência das cidades se encontra nos mercados de rua.Quem sabe um dia irei conhecer Wan Chai Market.

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  7. Adoro dica para economizar em viagem, com família grande é fundamental. Deve ser uma riqueza cultural visitar Hong Kong.

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  8. Luiz viajei com seu post, ficou ótimo! Estou com mais vontade de conhecer Hong Kong, confesso que não imaginava que desse para economizar por lá. Fiquei curiosa para conhecer o Man Mo Temple, me parece um lugar bem interessante. Muito obrigada por compartilhar!

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    • Que bom Andréa! É uma delícia compartilhar minhas experiências por aqui e quando você viaja junto comigo, ainda é mais bacana! O templo é bem peculiar! Vale bem a pena, mesmo não sendo muito conservado… quando tiver oportunidade, não deixe de se programar para ir à Hong Kong! É um lugar delicioso!😍

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  10. Luiz que massa seu texto sobre Hong Kong, que já é um destino que assusta as pessoas, pois sabemos que as coisas são meio caras por lá, mas se seguir aqui as suas dicas, realmente dá pra visitar sem estourar o orçamento. Show de mais, adorei saber tudo isso.

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  13. UAU !!! Nunca tinha pesquisado nada sobre Hong Kong, nunca me despertou o interesse, mas com esse seu post fiquei maluca de vontade de viajar pra lá! Já coloquei na minha lista! O texto está super bem escrito, envolvente, faz a gente viajar junto com você, Luiz. Parabéns, adorei!

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